Giaffone conta como foi voltar a vencer na Copa Truck e analisa o GP de Mônaco

Em entrevista exclusiva à coluna Borracha & Gasolina, o piloto comemorou o resultado surpreendente em Goiânia e o comentarista analisou a corrida vencida pela Red Bull.

Foto: Divulgação
Felipe Giaffone vence na abertura da Copa Truck

Será que o campeão voltou? Depois do título de 2018 e duas temporadas seguidas sem vitórias, vendo Beto Monteiro conquistar o bicampeonato, Felipe Giaffone estreou cravando a pole position e vencendo a primeira corrida (André Marques ganhou a segunda) da etapa de abertura da Copa Truck, em Goiânia. Resultados, até mesmo para ele, surpreendentes, mas que o enchem de ânimo para voltar a brigar pelo título.

Por estar em ação na Truck, Giaffone não participou da transmissão da Fórmula 1 na Band, sendo substituído por Max Wilson. Então, só aqui, vocês, viciadinhos nesse aroma inconfundível de borracha e gasolina queimadas, conferem o que o comentarista achou do GP de Mônaco e o que ele espera da disputa Red Bull x Mercedes daqui para frente.

Duvido você perder essa entrevista exclusiva! Aceleraí durante as próximas linhas e confere tudo até a bandeirada!

Borracha & Gasolina: Depois de dois anos consecutivos não muito bons, como foi começar a temporada ganhando?

Felipe Giaffone: Foi muito bom. Tinha vencido minha última corrida pela Volkswagen no fim de 2018 e agora foi especial, porque ganhei pela primeira vez com o caminhão Iveco. Os dois dias de treino de pré-temporada em Londrina e passar o motor no dinamômetro fizeram a diferença na hora da corrida.

B&G: Nem você acreditava muito na pole position. Como foi terminar a classificação em primeiro?

FG: Foi legal, porque em todos os treinos a gente ficava em quarto, quinto lugar. Teve um que consegui até ser segundo. Mas nunca liderei nenhum treino. A gente sabia que estava próximo, mas que os caminhões da Mercedes ainda estavam na frente. A pole foi realmente uma surpresa. Eles não acertaram a volta e eu acertei. Ainda não acho que temos o caminhão mais rápido do grid, precisamos melhorar o motor, mas já estamos melhor que no ano passado.

B&G: Antes da corrida, você deu uma entrevista para o Sportv, revelando sua "estratégia" para vencer: abrir as portas do caminhão para não deixar o Beto Monteiro passar, porque realmente o ritmo dele era mais forte que o seu, né?

FG: Ele tinha muita mais potência de reta e o meu caminhão era bom na entrada e no contorno das curvas. Mas eles arriscaram injetar mais diesel para dar mais potência ao motor, passaram do limite e foram punidos por excesso de fumaça. Antes, essa aferição era no visual e sempre dava discussão. Agora, pela primeira vez, tem um controle eletrônico para medir a fumaça. Por mais que você não visse uma fumaça muito grande no caminhão do Beto, ele estava acima do limite, segundo o aparelho eletrônico que faz a medição. Ainda precisa melhorar o momento da divulgação da punição, que deveria ser ainda durante a prova, com uma bandeira preta com bola laranja, obrigando o piloto a entrar no box para fazer o ajuste.

B&G: Eu te mandei mensagem no sábado te parabenizando pela pole e perguntado se o campeão havia voltado. Você disse que me responderia depois. Com essa vitória, já dá pra dizer que você vai brigar pelo título esse ano novamente?

FG: Eu acho que sim. Eu, a equipe e a Iveco estamos animados. Acho que a gente ainda tem que fazer uns ajustes, mas dá pra brigar, sim, apesar do grande equilíbrio entre Mercedes, Volks e Iveco. E esse ano ainda tem a novidade do descarte dos três piores resultados, após a penúltima etapa, o que pode influenciar no resultado final.

B&G: Vamos falar de Fórmula 1? Conseguiu ver o GP de Mônaco?

FG: Vi, sim, pelo aplicativo da Fórmula 1, que é muito legal, por sinal. Tem a narração da Band, em inglês também e você pode escolher as câmeras. Se você quiser, pode ficar o tempo inteiro na onboard do Hamilton e ouvindo o rádio dele, por exemplo.

B&G: Então, tira o macacão de piloto da Truck agora, pega o microfone da Band e comenta aqui o que achou da corrida.

FG: Mônaco é uma pista completamente atipica, que favorece a Red Bull, que tem carros com bastante pressão aerodinâmica e uma largura mais curta entre eixos. Já a Ferrari surpreendeu com a pole do Leclerc. Eu não esperava. Então, podemos dizer que o bom desempenho da Red Bull já esperado, mas a Ferrari foi uma surpresa total. E a grande decepção do fim de semana foi o Hamilton. Parecia que ele estava no carro do Bottas e vice-versa. Mas quando o Bottas parou e teve aquele azar com a porca da roda, vimos que era ele mesmo no carro, porque essas coisas não acontecem nunca com o Hamilton (risos).

B&G: Dá pra Red Bull segurar a Mercedes nas demais pistas da temporada e conquistar o campeonato?

FG: O que me pergunto é o quanto a Redbull vai focar daqui para frente nesta temporada para ser campeã, já que terá uma mudança grande de regulamento no ano que vem. Eu acho que a Red Bull não deveria perder essa chance de brigar pelo título, mas a gente sabe também que a Mercedes tem um carro mais constante, mais fácil de guiar e vai ser duro para Red Bull ganhar esse campeonato.