A rivalidade entre Flamengo e Palmeiras, que há anos ultrapassa as quatro linhas, ganhou novos capítulos às vésperas do confronto de domingo (19), que pode definir os rumos do Brasileirão 2025 . O clima entre as diretorias é de tensão, e o ambiente fora de campo promete ser tão quente quanto o duelo dentro dele.
Os times entram no Maracanã separados por três pontos. O Palmeiras lidera com 61, enquanto o Flamengo soma 58. Quem sair de campo com a vitória, pode dar um passo importante rumo ao título. A bola rola a partir das 16h (de Brasília).
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Disputa judicial milionária na Libra
O mais recente atrito envolve uma batalha judicial que colocou os dois clubes em lados opostos. O Flamengo ingressou na Justiça para bloquear cerca de R$ 77 milhões em direitos de transmissão da Libra, liga que reúne equipes da Série A. O Palmeiras, que seria um dos beneficiados pelo repasse, reagiu com indignação e acusou o rival de “arrogância” e “falta de ética”.
A ação, que ainda está em andamento, expôs fissuras profundas na relação entre as diretorias e transformou uma discussão sobre finanças em um verdadeiro embate institucional. A disputa pelo poder e pela divisão de receitas da liga, que deveria unir os clubes, acabou ampliando a rivalidade entre os dois gigantes.
Leila Pereira evita o Maracanã
Em meio à tensão jurídica, Leila Pereira, presidente do Palmeiras, decidiu não comparecer ao Maracanã para a partida que pode encaminhar o título do Brasileirão. A dirigente afirmou que “não há clima” para assistir ao jogo no estádio carioca, decisão que rapidamente repercutiu nas redes sociais.
Torcedores do Flamengo interpretaram a ausência como um gesto político, enquanto palmeirenses defenderam a atitude como uma forma de protesto silencioso diante do clima de hostilidade. Leila, conhecida por acompanhar de perto as partidas do clube, acabou se tornando o centro de uma nova controvérsia extracampo.
Acusações e tensão com a arbitragem
Outro ponto que aumentou a temperatura entre os clubes foi a troca de acusações sobre arbitragem . Nos bastidores, dirigentes de Flamengo e Palmeiras se queixam de favorecimento e pressão sobre juízes.
Um membro da diretoria rubro-negra chegou a ser denunciado ao STJD por sugerir que o Palmeiras estaria sendo beneficiado por decisões de campo, uma fala que irritou a cúpula alviverde. O episódio reforçou o clima de desconfiança entre as equipes e colocou a arbitragem novamente sob os holofotes.
Divergências na Libra acirram bastidores
Além da disputa judicial, Flamengo e Palmeiras também travam embates políticos dentro da própria Libra, a liga que pretende modernizar o futebol brasileiro. As divergências giram em torno do modelo de distribuição das receitas de televisão e premiações.
O Flamengo defende ajustes nas regras e maior peso aos clubes de maior audiência, enquanto o Palmeiras sustenta que o modelo atual é mais justo. O impasse tem dificultado a consolidação da liga e se tornou mais um capítulo do embate extracampo entre os dois clubes.
Andreas Pereira e a provocação no mercado da bola
Para completar o clima de rivalidade, o Palmeiras contratou recentemente Andreas Pereira, ex-jogador do Flamengo. O meio-campista, que deixou o Rubro-Negro em meio a críticas da torcida após a falha na final da Libertadores de 2021 — na final, justamente, contra o Palmeiras — foi recebido com entusiasmo pela torcida alviverde. A contratação teve sabor especial para os palmeirenses.
Nas redes sociais, flamenguistas reagiram com ironias, enquanto torcedores do Palmeiras trataram o reforço como uma “resposta simbólica” ao rival. Andreas, por sua vez, evitou polêmicas, mas sua chegada ao clube paulista adicionou mais um ingrediente à rivalidade recente.
Clima tenso antes do confronto decisivo
Com todos esses episódios recentes, da briga na Justiça à ausência de Leila, passando pelas acusações de favorecimento e pelas disputas políticas na Libra, o clássico entre Flamengo e Palmeiras se transformou em uma verdadeira “final antecipada” .
O duelo, que já valeria pela força técnica das equipes, agora carrega também o peso de um enredo repleto de rusgas e provocações fora de campo. E, como costuma acontecer entre os dois clubes, o extracampo promete ser tão quente quanto os 90 minutos.