Convocado pela primeira vez para defender a seleção brasileira, o meio-campista Jean Lucas, do Bahia, lembrou de sua trajetória para chegar até esse momento.
Jean, 27, é natural do bairro Campo Grande, no Rio de Janeiro, e contou com ajuda dos pais para se tornar profissional. Ele pegava três conduções, um ônibus, uma van e um trem e andava 40 minutos até o CT do Nova Iguaçu para treinar nas categorias de base, por exemplo.
“Passei bastante dificuldade, meu pai trabalhava de muitas coisas, hoje zoo que ele era um faz tudo. Ele estava disposto a trabalhar com qualquer coisinha para realizar o meu sonho de ser jogador de futebol. Na época eu estava no Nova Iguaçu e tinha um cara que me pegava em Campo Grande, me levava para Nova Iguaçu e tínhamos que pagar R$ 150 por mês. Na maioria das vezes, meu pai não tinha dinheiro, ficava devendo e deixava para depois, aí eu falei: ‘Deixa, a gente vai se virar aqui, eu vou sozinho’”, disse ele em entrevista à CBF TV.
À época, ele estava com cerca de 13 anos de idade. "Eu não tinha dinheiro da passagem, então meu pai e minha mãe já fizeram de tudo. Já venderam roupa, meu pai já vendeu salgado, já fizeram de tudo para realizar o meu sonho de ser jogador de futebol", acrescentou.
Maracanã
Do Nova Iguaçu, Jean passou pelo Bonsucesso e chegou ao Flamengo, onde terminou as categorias de base e se profissionalizou. De lá, atuou por Santos, Lyon, Brest, Monaco e está no Bahia desde o ano passado.
Cria do Rio de Janeiro, ele tem a chance de estrear logo no Maracanã , nesta quinta-feira (4), quando o Brasil enfrenta o Chile pelas Eliminatórias Sul-Americanas.
“(Jogar pela Seleção) no Rio de Janeiro, onde sou nascido e criado, no Maracanã, onde joguei meu primeiro jogo como profissional pelo Flamengo, então não tinha como ser melhor. (...) Acabei de chegar, não vou pedir 100 ingressos, mas vou fazer o que for possível para ter as pessoas próximas a mim me prestigiando nesse jogo da Seleção", afirmou.
O meio-campista ganhou a vaga após o corte de Joelinton, do Newcastle. A oportunidade de trabalhar com Carlo Ancelotti é única, uma vez que considera o técnico italiano o 'melhor da história'.
“Nem nos meus melhores sonhos eu ia imaginar isso. Para mim, ele é o maior treinador da história, que conquistou grandes coisas e treinou o melhor clube do mundo. É uma honra estar aqui tendo essa experiência com ele, já tive o primeiro contato. Ele conversou comigo, me perguntou como eu estava. Só tenho a aprender e crescer com ele. É um excelente treinador e acho que vai me ajudar muito.”