Jogadores do Botafogo comemoram com o troféu da Libertadores após a vitória na final sobre o Atlético-MG
ALEJANDRO PAGNI
Jogadores do Botafogo comemoram com o troféu da Libertadores após a vitória na final sobre o Atlético-MG
ALEJANDRO PAGNI

As piadas por ser o único grande do Brasil que nunca ganhou a Copa Libertadores ficaram para trás. Em uma final heroica contra o Atlético-MG, o Botafogo conquistou no sábado seu primeiro título do principal torneio de clubes da América e quer mais. Seu próximo objetivo é o Campeonato Brasileiro.

Antes da vitória por 3 a 1 sobre o 'Galo' em Buenos Aires, pairava no ar a famosa frase: "Tem coisas que só acontecem com o Botafogo".

A expulsão do volante Gregore no primeiro minuto levantou os temores de que o pior poderia acontecer, mas o time superou a inferioridade numérica e colocou fim a uma espera de quase três décadas sem um grande título.

"Muitas coisas ruins aconteceram neste clube, hoje demos um novo sentido à expressão 'só acontece com o Botafogo'", disse o magnata americano John Textor, dono da SAF do alvinegro carioca, após à final disputada na casa do River Plate.

- Dobradinha histórica? -

A chegada de Textor e seus milhões em março de 2022 mudou a cara de um clube que estava à beira da falência e distante da elite do futebol sul-americano.

Em 2024, foram mais de R$ 300 milhões investidos em contratações, entre as quais as do atacante Luiz Henrique e do argentino Thiago Almada, além da chegada do técnico português Artur Jorge, que teve passagem de destaque pelo Braga.

"Foi uma vitória épica, provavelmente a vitória mais épica de uma final de Libertadores", disse o treinador alvinegro. "Só uma equipe com essa vontade consegue um feito deste tamanho".

Além de conseguir a 'Glória Eterna', o Botafogo vai disputar a Copa Intercontinental em dezembro e a Recopa Sul-Americana e o Mundial de Clubes em 2025. E dentro de poucos dias, pode firmar sua ressurreição absoluta.

O time da Estrela Solitária está muito perto de conquistar o Brasileirão pela primeira vez desde 1995.

O Botafogo é líder com três pontos de vantagem sobre o Palmeiras a duas rodadas do fim. Na próxima quarta-feira, os cariocas podem selar a dobradinha no jogo contra o Internacional, desde que consiga pelo menos um empate em Porto Alegre e o 'Verdão' perca seu jogo para o Cruzeiro em Belo Horizonte.

Se a combinação de resultados não acontecer no meio de semana, o título será decidido no próximo domingo (8 de dezembro), quando o 'Fogão' recebe o São Paulo.

- Curar uma ferida -

O eventual título brasileiro (o terceiro depois de 1968 e 1995), ajudaria a curar uma ferida profunda, depois da derrocada histórica no ano passado.

Em 2023, o Botafogo liderou o campeonato por várias rodadas e chegou a abrir 13 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, mas na reta final acumulou tropeços e acabou ficando sem o troféu.

O "mantra" do momento foi novamente a velha frase: "Tem coisas que só acontecem com o Botafogo".

O fantasma de 2023 acompanhou o time na atual temporada. O psicológico dos jogadores e sua capacidade de suportar a pressão em dois campeonatos (Brasileirão e Libertadores) foi colocada em dúvida.

"Depois do que aconteceu ano passado, que eu acompanhei de longe, ninguém tocou nesse assunto até agora. Porque era uma coisa que machucava todos nós, a torcida, todo mundo", admitiu Luiz Henrique, autor do primeiro gol do Botafogo na final.

Apesar conseguir um título histórico e estar muito perto do tricampeonato brasileiro, o Botafogo ainda tem dúvidas em seu horizonte: Será possível segurar seus talentos diante do assédio dos clubes europeus?

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