John Textor, o polêmico magnata que reergueu o Botafogo

John Textor fez fortuna com a realidade virtual, mas se tornou popular no mundo do futebol. Com perfil polêmico, o milionário americano trouxe de volta à vida o Botafogo...

John Textor chega à CPI do Senado para depor sobre manipulação de resultados e apostas esportivas
Foto: EVARISTO SA
John Textor chega à CPI do Senado para depor sobre manipulação de resultados e apostas esportivas
EVARISTO SA

John Textor fez fortuna com a realidade virtual, mas se tornou popular no mundo do futebol. Com perfil polêmico, o milionário americano trouxe de volta à vida o Botafogo, finalista da Copa Libertadores de 2024.

Longe do protagonismo na América do Sul e depois de algumas temporadas na segunda divisão, o clube carioca passou a brigar por títulos importantes desde que foi comprado por Textor, em março de 2022.

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No ano passado, o time chegou perto de conquistar o Campeonato Brasileiro, que não vem desde 1995. E 2024 pode ser um ano histórico: luta pela liderança do Brasileirão com o Palmeiras e disputa sua primeira final de Libertadores, contra o Atlético-MG, no próximo sábado (30).

Os milhões de Textor chegaram ao futebol brasileiro após a aprovação da lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), aprovada em 2021.

O magnata prometeu investir pelo menos R$ 400 milhões até 2025 em troca de 90% das ações do Botafogo, que vivia situação financeira delicada.

- Denúncias polêmicas -

Desde então, Textor se tornou o símbolo do sucesso das SAFs, embora também tenha se tornado sinônimo de polêmica por suas declarações e por ter feito várias denúncias de corrupção no futebol brasileiro, incluindo supostas manipulações de resultados não comprovadas.

Suas acusações o colocaram na mira da Justiça civil e desportiva, que já impôs multas e ordenou sua suspensão, além de terem criado atrito com vários dirigentes de clubes rivais.

"Esse senhor é um fanfarrão", disse em abril a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em resposta à versão sustentada por Textor de que o 'Verdão' foi beneficiado por supostas manipulações para tirar o título do Brasileirão de 2023 do Botafogo, que não conseguiu ser campeão depois de chegar a abrir 13 pontos de vantagem.

Nascido no estado americano do Missouri em 1965, Textor entrou no mundo do futebol ao adquirir parte do Crystal Palace da Inglaterra em 2021.

Depois, como líder do grupo Eagle Football Holdings, ampliou seu domínio ao comprar em pouco mais de um ano o Botafogo, o Molenbeek da Bélgica e o Lyon, atualmente punido na França por seu alto endividamento.

- "Guru" da realidade virtual -

Textor investiu cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões na cotação atual) para construir seu império futebolístico, segundo o Wall Street Journal, no qual o Botafogo é o único caso de sucesso.

Sua ideia, segundo ele mesmo disse, é ter um "ecossistema de clubes de primeira linha que realmente trabalhem juntos".

"Não é um cara que veio vender jogadores nossos para sair depois. É um projeto de vida dele. Ele sempre fala que isso aqui [Botafogo] vai ser herança para os filhos dele", disse o ex-presidente alvinegro Durcesio Mello ao canal ESPN em 2023.

Sua vida sempre teve ligação com o esporte. Quando adolescente, foi skatista profissional, mas sua carreira foi abreviada por uma grave lesão.

Antes de aterrissar no futebol, um negócio ao qual outros milionários americanos decidiram se incorporar recentemente, Textor construiu sua reputação no mundo glamouroso e competitivo de Hollywood como presidente da Digital Domain entre 2006 e 2012.

Com sede em Los Angeles, a produtora é famosa por ter criado os efeitos especiais de filmes como 'Titanic', 'Transformers', 'Piratas do Caribe' e 'O Curioso Caso de Benjamin Button'.

O trabalho fez Textor ganhar o apelido de "guru" da realidade virtual, uma fama fortalecida pelo trabalho de outra de suas empresas que criou os hologramas dos artistas falecidos Tupac Shakur e Michael Jackson usando inteligência artificial.

AFP