A audiência para decidir sobre o arquivamento do processo contra dois jogadores de rúgbi franceses acusados de estupro na Argentina prosseguirá na terça-feira, após uma pausa decretada nesta segunda (25), depois de quase quatro horas de exposição de argumentos, informaram à AFP os advogados das partes.
A juíza ouvirá na terça-feira a acusação, após ter recebido nesta segunda os argumentos do Ministério Público e da defesa, para decidir se determina o arquivamento e encerra o caso, que está sendo processado no Tribunal de Mendoza (oeste) contra os franceses Hugo Auradou e Oscar Jegou.
"A promotoria de Gênero e o promotor da investigação pediram à juíza o arquivamento, após uma investigação extremamente produtiva com 18 testemunhas", disse à imprensa o advogado Rafael Cúneo Libarona, demonstrando confiança em um resultado favorável aos atletas franceses.
O defensor explicou que, após a audiência prevista para terça-feira às 9h locais (mesmo horário de Brasília), a decisão pode levar vários dias. "É a juíza quem tem que estudar tudo isso agora e se dar o tempo para análise", disse.
Na sexta-feira, a justiça havia rejeitado um recurso da autora para afastar a juíza Eleonora Arenas do caso por suposta parcialidade, o que abriu caminho para que a magistrada finalmente decida se encerra o caso antes da fase de julgamento.
A audiência desta segunda havia sido solicitada tanto pela defesa quanto pelo Ministério Público.
Por sua vez, a advogada Natacha Romano, representante da denunciante, afirmou que a defesa "terá o direito de réplica e terá a última palavra na terça-feira".
Romano expressou seu desejo de "que se faça justiça, que rejeitem o pedido de arquivamento e que o caso seja levado a julgamento, com a continuidade das investigações".
Auradou e Jegou, ambos de 21 anos, foram acusados no início de setembro de estupro agravado pela participação de duas pessoas, crime supostamente cometido na noite de 6 para 7 de julho, em um hotel de Mendoza, onde a seleção francesa de rúgbi havia acabado de disputar uma partida contra a Argentina.
Os jogadores alegam desde o início que as relações sexuais com a denunciante, uma argentina de 39 anos que conheceram em uma boate, foram consentidas e sem violência. A acusação, por outro lado, denuncia um estupro com "violência feroz".
Inicialmente em prisão preventiva e depois em prisão domiciliar em Mendoza, os jogadores foram libertados em meados de agosto e autorizados a retornar à França no início de setembro.
Inicialmente em prisão preventiva e depois em prisão domiciliar em Mendoza, os jogadores foram libertados em meados de agosto e autorizados a retornar à França no início de setembro.