Uma van da polícia em frente ao Stade de France, em 13 de novembro de 2024
Ian LANGSDON
Uma van da polícia em frente ao Stade de France, em 13 de novembro de 2024
Ian LANGSDON

A França recebe Israel nesta quinta-feira (14) no Stade de France, uma partida de alta tensão que terá um enorme dispositivo de segurança em meio ao conflito no Oriente Médio, e uma semana após os violentos incidentes registrados em Amsterdã durante um jogo do Maccabi Tel Aviv.

O aspecto esportivo desta partida de Liga das Nações fica ofuscado pelo contexto geopolítico. O dispositivo de segurança para este confronto, classificado como de "alto risco" pelo comando da polícia de Paris, tornou-se um desafio.

A Europa enfrenta um aumento de atos racistas e antissemitas desde o início da guerra, em outubro de 2023, entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, em Gaza.

Os receios de incidentes multiplicaram-se após os acontecimentos na sequência do jogo da Liga Europa entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, na noite de 7 de novembro, em Amsterdã.

Torcedores israelenses foram perseguidos e atacados nas ruas da capital holandesa, ataques que deixaram entre 20 a 30 feridos e provocaram indignação em várias capitais ocidentais.

- Pedidos de mudança de local -

Já haviam sido registrados incidentes isolados antes da partida, incluindo cânticos antiárabes por parte dos torcedores do Maccabi.

As autoridades francesas decidiram não mudar o local do jogo, ao contrário da Bélgica, que decidiu não receber Israel no dia 6 de setembro em Bruxelas e optou por enfrentar seu adversário em Debrecen, na Hungria.

"Algumas pessoas estão pedindo para transferir o jogo França-Israel. Não aceito porque a França não recua, isso significaria abdicar contra as ameaças de violência e antissemitismo", publicou o ministro do Interior, Bruno Retailleau, na rede social X, um dia após os eventos em Amsterdã.

A mobilização das forças policiais será, portanto, "muito incomum" para um jogo internacional, explicou Laurent Núñez, chefe de Polícia de Paris. Um total de 4.000 policiais e gendarmes estarão posicionados ao redor do estádio e em seu interior.

O dispositivo militar se estende ao transporte público e à capital parisiense. Quase 1.600 agentes de segurança também estarão presentes no Stade de France, enquanto uma unidade de elite da polícia nacional, a Raid, está encarregada da equipe de Israel, sob uma bolha de segurança desde sua chegada à França na segunda-feira.

- Presença de Macron -

"Nós nos sentimos seguros aqui, há muitas forças de segurança ao nosso redor. Eles fazem o que é necessário e eu me concentro no jogo", disse o técnico israelense Ran Ben Shimon em um vídeo divulgado por sua federação na terça-feira.

No entanto, as autoridades israelenses pediram no domingo aos seus torcedores que evitassem comparecer ao Stade de France na quinta-feira.

O local da partida estará quase vazio, já que o número de ingressos vendidos foi de apenas 25 mil, conforme anunciou quarta-feira o ministro de Esportes na rádio Europe 1.

Será, portanto, o jogo com menor público no estádio desde 2003 (36.842 espectadores em uma partida entre França e Nova Zelândia).

O duelo contará ainda com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, que deseja "enviar uma mensagem de fraternidade e solidariedade após os intoleráveis atos antissemitas que se seguiram ao jogo em Amsterdã", segundo sua comitiva.

Seus antecessores Nicolas Sarkozy e François Hollande, assim como o primeiro-ministro Michel Barnier também estarão presentes, segundo vários meios de comunicação.

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