Antoine Griezmann salta para controlar uma bola durante a partida entre França e Austrália pela Copa do Mundo de 2018 na Rússia, no dia 16 de junho daquele ano, na cidade russa de Kazan.
LUIS ACOSTA
Antoine Griezmann salta para controlar uma bola durante a partida entre França e Austrália pela Copa do Mundo de 2018 na Rússia, no dia 16 de junho daquele ano, na cidade russa de Kazan.
Luis Acosta

O meia francês Antoine Griezmann anunciou, nesta segunda-feira (30), sua aposentadoria da seleção francesa aos 33 anos, encerrando uma década com a camisa dos 'Bleus', em que conquistou a Copa do Mundo de 2018 e a Liga das Nações de 2021 e disputou outras duas finais de grandes torneios (Mundial de 2022 e Eurocopa de 2016).

"Encerro um capítulo da minha vida", escreveu o jogador do Atlético de Madrid, depois de 137 jogos com o uniforme da França, com o qual marcou 44 gols.

Assim, Griezmann não vai bater o recorde de jogos internacionais pela seleção francesa, que pertence ao goleiro Hugo Lloris com 145, e continua no terceiro degrau do pódio, empatado com Olivier Giroud e atrás dos 142 de Lilian Thuram.

"É com grande emoção que anuncio a minha aposentadoria como jogador da seleção francesa, depois de dez anos incríveis", afirma o jogador no vídeo que acompanha a mensagem, no qual aparecem imagens de sua trajetória com os 'Bleus'.

- "Abrir caminho para a nova geração" -

"Hoje é o momento, para mim, de virar a página e abrir caminho para a nova geração", acrescenta na montagem de pouco menos de dois minutos que mostra imagens dos seus grandes momentos com a seleção nacional, como a vitória no Copa do Mundo da Rússia (2018), suas comemorações durante a Euro-2016, onde marcou 6 gols e perdeu a final, e suas lágrimas após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2014 contra a Alemanha.

As imagens são acompanhadas de um áudio de Griezmann em que agradece "aos torcedores" e, principalmente, ao técnico Didier Deschamps.

"Obrigado ao meu treinador, sua confiança e apoio ao longo da minha carreira internacional foram essenciais para o meu desenvolvimento como atleta", afirma ele.

Apesar de ter ficado duas vezes no banco de reservas na última Eurocopa, na Alemanha, incluindo na derrota nas semifinais contra a Espanha, o jogador do Atlético de Madrid havia garantido em setembro à rede francesa TF1 que não tinha a intenção de deixar de jogar pela seleção.

"Não, para mim a seleção francesa é algo muito importante, um motivo de orgulho, sempre quis (jogar) desde muito pequeno", disse ele.

Griezmann se mostrou satisfeito por "ainda estar lá" e por continuar a ter "o desejo de jogar para representar a França", acrescentou.

- 84 jogos consecutivos entre 2017 e 2024 -

Griezmann, jogador versátil e capaz de correr por todo o campo, sempre foi considerado o favorito de Deschamps, o único treinador que o comandou nos seus 10 anos como 'Bleu', desde que estreou num amistoso com a vitória sobre a Holanda (2-0) em março de 2014.

Fixo no esquema de Deschamps, 'Grizi' disputou 84 partidas consecutivas pela seleção nacional, de junho de 2017 a março passado, quando foi dispensado da convocação devido a uma lesão no tornozelo.

"Antoine é e continuará sendo um monumento do futebol francês, um dos melhores jogadores de sua história", disse Deschamps numa mensagem transmitida pela Federação Francesa de Futebol (FFF) na qual mostrou a sua "emoção".

"Recentemente tivemos uma longa conversa sobre este tema", acrescentou o treinador, que afirma ter "uma relação de confiança e um vínculo muito franco" com o jogador. Sua última partida com a camisa da seleção francesa foi a vitória por 2 a 0 sobre a Bélgica na Liga das Nações, em 9 de setembro.

- Faixa de capitão, um sonho frustrado -

Apesar de uma carreira de sucesso internacional, Griezmann sempre terá uma espinha na garganta por não ter sido capitão dos 'Bleus'.

Após a aposentadoria internacional de Lloris depois da Copa do Catar-2022, Griezmann esperava herdar a braçadeira, mas Deschamps decidiu dá-la a Kylian Mbappé, deixando o jogador do Atlético de Madrid como segundo capitão.

Griezmann nunca escondeu a sua desilusão, mas tampouco entrou em atrito com o treinador e pouco depois disse ter "digerido" a frustração que a decisão do treinador havia lhe causado.

O próprio Mbappé publicou nesta segunda-feira uma mensagem no Instagram para agradecer ao companheiro pela sua "contribuição para levar (a seleção francesa) ao topo com inúmeros títulos".

O agora jogador do Real Madrid disse que "compreende e respeita" a decisão de Griezmann, chamando-o de "jogador excepcional" e "um dos mais importantes da era moderna" da seleção francesa.

Já aposentado da seleção, Griezmann espera continuar conquistando títulos pelo Atlético de Madrid. Para Diego Simeone, assim como para Deschamps, Griezmann é insubstituível no seu esquema tático.

"Parabéns pela carreira lendária, Grizi. Você fez história com sua seleção e estamos muito orgulhosos de você", escreveu o clube madrilenho nesta segunda-feira no X.

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