BERTRAND GUAY
A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos evitará "clichês heroicos" relacionados às pessoas com deficiência, garantiu o diretor artístico da apresentação, Thomas Jolly, ao apresentar o trabalho criativo realizado ao lado de sua equipe.
Assim como a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, a paralímpica será realizada na tarde de quarta-feira (28) fora de um estádio, na Place de la Concorde e na Champs-Elysées, e terá a inclusão como tema principal.
"Colocar os atletas paralímpicos no coração da cidade já é um gesto político porque Paris não está suficientemente adaptada a pessoas com deficiência", destacou Jolly em uma oficina em Saint-Denis onde foram confeccionados os figurinos das quatro cerimônias olímpicas.
"Devemos nos afastar dos esteriótipos de heróis relacionados com as pessoas com deficiência porque não há nada de heroico em enfrentar os desafios cotidianos (...) relacionados às barreiras sociais e urbanas", acrescentou o diretor.
Considerada como 'Paradoxal', esta cerimônia tentará valorizar todos os corpos e fazer as pessoas refletirem sobre sua singularidade.
A coreografia estará sob o comando do sueco Alexander Ekman, mundialmente reconhecido por suas mais de 50 criações artísticas e colaborações com a Ópera de Paris e o Ballet de Boston.
Esta é a primeira vez que Ekman trabalha com bailarinos com deficiência, cerca de 20 dos 150 no total.