O duplo sonho olímpico de Marta, a rainha do futebol

A rainha do futebol não se cansa de sonhar. Em sua sexta e última participação nos Jogos Olímpicos, Marta quer ampliar seu legado: conquistar sua terceira medalha e se...

Marta (C) comemora seu gol, posteriormente anulado, no jogo entre Brasil e Nigéria na última quinta-feira, pelo torneio olímpico de futebol feminino dos Jogos de Paris 2024
Foto: Christophe ARCHAMBAULT
Marta (C) comemora seu gol, posteriormente anulado, no jogo entre Brasil e Nigéria na última quinta-feira, pelo torneio olímpico de futebol feminino dos Jogos de Paris 2024
Christophe ARCHAMBAULT

A rainha do futebol não se cansa de sonhar. Em sua sexta e última participação nos Jogos Olímpicos, Marta quer ampliar seu legado: conquistar sua terceira medalha e se tornar a maior artilheira da competição.

Aos 38 anos, a atacante já deu mostras de que vive um bom momento para alcançar seus objetivos. Fora de campo, exerceu importante liderança para reconstruir a seleção feminina do Brasil.

"Eu a vejo muito motivada, muito alegre, tendo o melhor da Marta mesmo no dia a dia, entregando muito para o grupo", disse o técnico da seleção brasileira, Arthur Elias, antes do início do torneio olímpico, uma das poucas competições que começaram antes da cerimônia de abertura dos Jogos de Paris.

Show Player

Na estreia contra a Nigéria, na quinta-feira, em Bordeaux, a dona de seis prêmios de melhor jogadora do mundo fez a assistência para o gol de Gabi Nunes, que deu a vitória ao Brasil por 1 a 0.

Pela seleção, Marta foi medalha de prata nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, e vice-campeã da Copa do Mundo de 2007, na China.

- Caça ao recorde -

Marta esteve muito perto de igualar a atacante Cristiane, que não foi a Paris, como a maior artilheira dos Jogos, tanto no feminino e como no masculino, com 14 gols.

Contra a Nigéria, ela marcou batendo de esquerda depois de aproveitar rebote dentro da área, mas o gol foi anulado por impedimento no início da jogada. Um minuto depois, Marta fez o passe para Gabi Nunes dar a vitória ao Brasil, que com o resultado divide a liderança do Grupo C com a Espanha.

Atualmente, Marta está empatada na artilharia histórica dos Jogos com dois jogadores que já não estão mais em atividade: o falecido atacante dinamarquês Sophus Nielsen e o húngaro Antal Dunai, de 81 anos, todos com 13 gols.

"Foi frustrante [o gol anulado], claro. Mas o importante é que não ficamos lamentando", disse a capitã.

Marta chegou a Paris em alto nível, como destacaram suas companheiras. Ela própria disse que estes serão seus últimos Jogos Olímpicos, mas ainda não definiu uma data para a aposentadoria da seleção.

- Renovada -

Sob o comando de Arthur Elias, um dos técnicos mais vitoriosos do futebol feminino, a 'rainha' mostrou um bom rendimento, depois de perder protagonismo durante a passagem da sueca Pia Sundhage (2019-2023) pela seleção.

Na Copa do Mundo do ano passado, em que o Brasil foi eliminado na fase de grupos, Marta entrou nos minutos finais da vitória por 4 a 0 sobre o Panamá e na derrota por 2 a 1 para a França.

A camisa 10 foi titular apenas no empate sem gols com a Jamaica, que selou a eliminação brasileira.

Marta não fechou as portas para uma participação no Mundial de 2027, que será disputado no Brasil, desde que esteja em condições físicas e técnicas, já que terá 41 anos.

"Ele [Arthur Elias] é muito direto, claro nas ideias. E tem essa ousadia que eu gosto, que acho que é coisa que a gente acabou perdendo nos últimos anos, essa criatividade brasileira de ter um pouco mais de liberdade", afirmou a jogadora no ano passado.

O ex-técnico do Corinthians não convocou Marta para alguns jogos preparatórios no início do ano. A ideia era que ela fizesse a pré-temporada em seu clube, o Orlando Pride dos Estados Unidos, para que estivesse em forma nos Jogos de Paris.

A aposta parece ter dado resultado, e o Brasil se prepara, com sua capitã renovada, para o segundo desafio na capital francesa, contra o Japão (domingo, no Parque dos Príncipes), no difícil caminho rumo ao pódio.

AFP