ANÁLISE: Vitória com placar magro é lição visando a Copa do Mundo

Seleção Brasileira teve dificuldades para vencer o Japão em cenário que pode se repetir no fim do ano. Marquinhos citou que vencer 'só por 1 a 0' é importante para sequência

Foto: João Marcos Santana*
ANÁLISE: Vitória com placar magro é lição visando a Copa do Mundo


O resultado não foi dos mais exuberantes, mas a maior lição que fica na vitória da Seleção Brasileira sobre o Japão é que o desempenho não pode ser a única busca pela excelência. Em ano de Copa do Mundo, o time de Tite mostrou que às vezes pode agradar mesmo que não dê show.


Diferentemente da partida contra a Coreia do Sul, quando venceu por 5 a 1 na última semana, a Seleção Brasileira encontrou dificuldades para furar a boa marcação japonesa. Quando conseguia, o goleiro japonês Gonda fazia boas intervenções. Quando a bola passava por ele, a trave impedia o gol.

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Pela primeira vez Tite pôde utilizar o quarteto que considera ideal na frente desde o início, com Lucas Paquetá, Raphinha, Neymar e Vini Jr. Com muita movimentação no setor ofensivo, o camisa 10 atua como "falso 9", abrindo espaço para as chegadas do meia do Lyon. Nas pontas, os outros dois atacantes tiveram liberdade para criar.

Tite afirmou que Brasil teve atuação sólida contra os japoneses (Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP)

Diante de um time bem postado dos Samurais, que ocupam a 23ª colocação do ranking da Fifa, a equipe comandada por Tite teve uma prévia do que pode encontrar no Mundial.

- Era o esperado, foi um confronto difícil. Creio que nossa atuação no jogo passado foi melhor e isso acabou facilitando nosso jogo. Hoje no começo erramos alguns passes, tendo erros que deram confiança para a seleção do Japão - disse Marquinhos à "Globo" após o jogo antes de completar:

- A bola estava rápida, o campo estava rápido. Foi um jogo muito bom para a gente, um teste com dificuldades. O Japão está pronto para o Mundial, pode ser um dos adversários. Às vezes temos que saber que o resultado não vai ser brilhante, mas é como se fosse Copa do Mundo e tem que saber sair com o 1 a 0. Essa é a mentalidade.

No Qatar, o Brasil enfrentará Camarões, Sérvia e Suíça na fase de grupos. Em 2018, a Seleção encarou os dois europeus na primeira fase e não teve vida fácil. Contra os sérvios, vitória por 2 a 0, apesar de não ter facilidade. Contra os suíços, empate em 1 a 1 na estreia. Para este ano, a expectativa é que novamente os duelos sejam parelhos.

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Se a Seleção Brasileira de fato quiser o sexto título mundial, a mentalidade, como bem frisou Marquinhos, terá de ser colocada à frente da vaidade por um jogo bonito em determinadas situações. E o 1 a 0, por vezes, é goleada.

* Estagiário, sob a supervisão de Aigor Ojêda.