Superação e idolatria: na história do Athletico, Nikão pode ter encerrado passagem vitoriosa em goleada
Luiza Sá
Superação e idolatria: na história do Athletico, Nikão pode ter encerrado passagem vitoriosa em goleada


O meia-atacante Nikão deixou Curitiba carregado nos braços dos torcedores do Athletico-PR, provando o simbolismo que tem na história do clube. Entretanto, o 4 a 0 do Atlético-MG no Mineirão pode ter representado o adeus de um dos grandes jogadores do Furacão. Com dores após sofrer uma entrada mais forte do zagueiro Igor Rabello no final do segundo tempo, o atleta deve desfalcar a equipe no segundo jogo, nesta quarta-feira, às 21h30, na Arena da Baixada.

Com o pouco tempo entre as duas partidas, o jogador pode não ter como fazer uma despedida na frente dos torcedores em Curitiba. O técnico Alberto Valentim não descartou 100% e deixou no ar a possibilidade, mas admitiu que já tem na cabeça algumas alternativas para mudar a formação do Athletico. O adeus se dá porque clube e atleta ainda não acertaram uma renovação do contrato, que vai até o final deste ano.

Para além dos 314 jogos oficiais ou amistosos, 49 gols e 47 assistências, Nikão marcou uma época no Athletico-PR e foi decisivo. De todas as vezes que balançou a rede, 21 delas foram em mata-mata. Depois de chegar ao Furacão em janeiro de 2015 nove quilos acima do peso, o meia-atacante pode deixar o CT do Caju com o nome marcado na história, sendo campeão do Paranaense quatro vezes, duas da Sul-Americana e uma da Copa do Brasil (caso o Rubro-Negro não consiga virar).

SUPERAÇÃO

Hoje aos 29 anos, Nikão precisou se superar para chegar a esse estágio. Quando tinha 22, o jogador vivia como um verdadeiro nômade do futebol, rodando por 14 clubes em três países diferentes. Um desses foi justamente o rival desta decisão de Copa do Brasil, o Atlético-MG, onde se profissionalizou após chegar indicado por Vanderlei Luxemburgo, em 2010.

Apesar da grande qualidade com a perna esquerda, os problemas extracampo eram muitos. Os dramas pessoais começaram cedo. Perdeu a mãe com oito anos, a avó que o criou, com 16, e em seguida o irmão, aos 17. Além disso, nunca conheceu o pai e precisou lutar contra o alcoolismo. Ele começou a beber ainda aos 12 anos. Atualmente, com isso superado, Nikão se consolidou e foi o herói do título do Furacão na Sul-Americana.

ADEUS FORÇADO?

A lesão pode fazer com que Nikão encerre a passagem pelo clube onde teve o maior sucesso na carreira. O jogador não esconde a vontade de uma valorização financeira para garantir o futuro da família nos próximos anos. Por isso, ainda não tem uma definição sobre o futuro. Sem o importante atacante, Valentim deve promover mudanças. O treinador pode mudar a formação da equipe, que hoje joga com três zagueiros.

Um provável Athletico tem: Santos; Pedro Henrique, Zé Ivaldo (Christian) e Nico Hernández; Marcinho, Erick, Léo Cittadini e Abner; Pedro Rocha, Renato Kayzer e David Terans .

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