Tecnologia, investimento e projeção: L! mostra como será a Arena MRV, nova casa do Atlético-MG
Luiza Sá
Tecnologia, investimento e projeção: L! mostra como será a Arena MRV, nova casa do Atlético-MG


O Mineirão embalou as festas da torcida do Atlético-MG na busca pelo bicampeonato brasileiro após o retorno do público aos estádios. Entretanto, os dias por lá estão contados. A Arena MRV, que promete ser a mais tecnológica da América Latina, segue no cronograma de construção e chegou à casa dos 44% de conclusão. O LANCE! visitou o local com exclusividade para ver o andamento das obras da casa atleticana. Serão 46 mil lugares no total e a data de inauguração já está firmada: 25 de março de 2023, aniversário do clube.

A tendência é que a arena esteja pronta em outubro de 2022, mas o clube ainda dependerá de licenças da Prefeitura de Belo Horizonte para abrir os trabalhos. A obra começou em abril de 2020 e naquele momento tinha um orçamento na casa dos R$ 560 milhões, o que deve aumentar até o fim. Os ingressos para os eventos de inauguração já estão à venda .

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O terreno onde hoje ergue-se uma das grandes arenas do país era baldio e pertencia à MRV, construtora que detém o naming rights do estádio e é patrocinadora do Atlético, mas não participa efetivamente da obra, apenas com o dinheiro dessa parceria já firmada. Rubens Menin , empresário e presidente da empresa, comprou o local e doou ao clube ao qual ajuda financeiramente de outras formas.

O Galo será o dono de 100% do estádio, que vem sendo construído com o dinheiro da comercialização de cadeiras e camarotes aos torcedores, além da venda de 50,1% do Shopping Diamond Mall , que pertencia ao Atlético. Outras fontes são, claro, o pagamento da MRV para dar nome ao estádio e outros patrocinadores, como a Brahma, a ArcelorMittal e a Fassa Bortolo. Não há investimento de dinheiro público. Como promete ser referência em tecnologia, o estádio agora busca outros parceiros nesse e em demais setores.

Estádio terá capacidade para 46 mil pessoas (Foto: Washington Alves / Lancepress!)

Com relação aos shows, serão quatro áreas para entrada e saída de caminhões, o que fará com que o processo de montagem e desmontagem seja mais rápido, evitando maiores conflitos com partidas. Acima do estacionamento, na parte de fora, haverá uma de 46 mil m² para utilização da comunidade como uma área de lazer. O espaço poderá receber eventos como feiras e congressos, mas não grandes shows para evitar impacto sonoro no entorno.

Vale lembrar que, diferentemente do Palmeiras, que tem a Wtorre na gestão do Allianz Parque, o Atlético-MG será o responsável por controlar o local. A Arena MRV é uma empresa que pertence ao Galo, ou seja, uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) que foi criada para construir e administrar o local. Assim, todo dinheiro que entrar será do clube, sendo de partidas ou eventos.

ENGAJAMENTO DA TORCIDA

Além do maior programa de sócio-torcedor do país e de lotar todos os jogos desde a reabertura, a torcida do Atlético-MG também está engajada com a nova arena. Das cadeiras cativas (4.462), 95% já estão vendidas. Os camarotes, já 100% comercializados, são 80 com 17 lugares. No fim, algo na casa dos 39 mil ingressos serão para a bilheteria. Os conteúdos feitos pela própria empresa responsável pela obra também tem sido bem recebidos.

Neste momento, 600 pessoas estão trabalhando no local, mas a tendência é que esse número cresça para mil nos estágios mais avançados. O terreno tem uma área de 128 mil m². O torcedor que quiser ver de perto pode visitar o Centro de Experiência, espaço que tem maquete com a projeção do estádio e do entorno, um cinema de imersão 180° contando a história do Galo, um camarote modelo, uma experiência de realidade virtual (incluída ou não no tour), loja e uma vista panorâmica da obra por um deck.

O local funciona de terça a sexta das 10h às 19h e sábados das 09h às 18h. Aos domingos a atração está aberta de 9h às 12h. Os ingressos, vendidos pela internet, custam R$ 40 e sócios tem desconto na experiência com realidade virtual. O local tem tido bom movimento de torcedores, empolgados com a casa atleticana.

Arena MRV - Atlético-MG

Arena MRV deve ficar pronta no fim de 2022 (Foto: Luiza Sá)

Arena MRV - Atlético-MG

Projeção do camarote da Arena MRV (Foto: Luiza Sá)

CONTRAPARTIDAS

O Atlético-MG precisou aceitar uma série de contrapartidas para conseguir a autorização para construção do estádio, especialmente ambientais. O clube se comprometeu a preservar permanentemente a Reserva Particular Ecológica (RPE), área verde de 26 mil m² ao lado do estádio, além de regularizar uma área de conservação no Parque Nacional da Serra da Gandarela, no município de Rio Acima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Haverá também o plantio de 46 mil árvores em parques públicos da cidade.

Além disso, o Atlético já enviou à Prefeitura os planos para os acessos ao estádio, mas aguarda o retorno. Uma das ideias é construir uma rua que ajude a tirar os carros da via expressa pública para não deixar a situação do trânsito tão caótica em dias de partidas e shows, deslocando os veículos para o estacionamento, que contará com 2.333 vagas cobertas em quatro níveis.

TECNOLOGIA E ENTORNO

Do lado de dentro, o Atlético quer entregar uma arena moderna e tecnológica. A ideia é criar uma experiência personalizada para entreter o público e a comunidade, com iluminação e shows de luzes. O clube ainda estuda a melhor forma de proporcionar o que promete e quer também a criação de um aplicativo da Arena MRV para facilitar a experiência do frequentador do estádio.

Já na parte de fora, o simples bairro Califórnia pode e já está ganhando uma valorização. Tanto pela movimentação com a obra quanto pelos visitantes que lá vão. Uma padaria que já existia logo à frente da entrada do Centro de Experiências, por exemplo, espera aumentar ainda mais movimento, algo parecido com o que aconteceu no Estádio Independência em todo o período que o Galo atuou por lá. Agora há apenas o América-MG, que mobiliza menos pessoas.

Arena MRV - Atlético-MG

Como ficará a Arena e o entorno (Foto: Luiza Sá)

A esperança de sucesso esportivo do Atlético-MG está ligada também à inauguração da Arena MRV, que permitirá ao clube arrecadar mais dinheiro para ficar mais próximo de ser autossustentável. Enquanto isso, o Galo vai em busca dos objetivos esportivos dentro do campo e de se reequilibrar financeiramente fora dele.

Ainda no Mineirão, o Atlético faz o primeiro jogo da final da Copa do Brasil neste domingo, às 17h30, diante do Athletico-PR. A volta, na Arena da Baixada, é na quarta-feira, dia 15, às 21h30.

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