Conheça o esporte com premiações bem mais generosas que o futebol
Especialista explica como o pôquer consegue dar mais dinheiro que o esporte bretão; Victor Marques passa a escrever regularmente para o iG
Esqueça o futebol, seus craques regiamente pagos, estádios lotados, fãs uniformizados e as transmissões dos jogos pela TV. O evento esportivo que mais distribui prêmios no Brasil não é o Campeonato Brasileiro do esporte bretão. Esse título fica com o BSOP, Brazilian Series of Poker, o "Brasileirão" do jogo de cartas mais famoso do mundo.
Na edição passada, a Série A do nosso certame nacional de futebol distribuiu R$35 milhões. No mesmo ano, a série de pôquer repartiu R$45 milhões. “Mas como é um campeonato de pôquer?”, você vai me perguntar...
O BSOP existe desde 2006, quando começou tímido com apenas 57 jogadores em São Paulo. Hoje, o número de empregos, diretos e indiretos, é muito superior a esse número. São aproximadamente 200 pessoas trabalhando para que o evento possa acontecer.
Em termos de jogadores, só na temporada passada foram 27 milinscritos para os eventos. Na sua história de 11 edições, foram 95 eventos principais, mais de R$150 milhões distribuídos em premiação e 17 foram as cidades visitadas: Porto Alegre e Novo Hamburgo(RS), Florianópolis e Balneário Camboriú (SC), Curitiba e Foz do Iguaçu(PR), São Paulo(SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador e Costa do Sauípe (BA), Fortaleza (CE), Natal (RN), Goiânia e Caldas Novas (GO), Brasília (DF) e Punta del Este, no Uruguai.
Ao chegar ao salão de uma etapa do BSOP, você primeiro ouvirá a doce sinfonia das fichas, um barulho inconfundível, que se assemelha ao canto de passarinhos. Logo verá, sentados às mesas, homens, mulheres, jovens, adultos e idosos, marcando a característica democrática do Pôquer. Para distribuir as cartas e cuidar das apostas feitas com as fichas estão os dealers, profissionais capacitados e que no Brasil vivem exclusivamente de sua atuação nesse jogo.
Ah, e esqueça ambientes escuros e enfumaçados. Um evento de pôquer é uma festa, bem iluminada e onde o cigarro está barrado. O espaço não é só para quem joga os eventos da Brazilian Series of Poker - os amigos podem ir torcer e conhecer o local dos jogos. A entrada é grátis e não faltam atrações.
Esse ano, uma marca de whisky, outra de cerveja artesanal, uma joalheria, uma marca de roupas, uma de cadeira para gamers e uma barbearia oferecem os seus serviços a todos os presentes. São os patrocinadores que, junto com um site destinado ao pôquer na internet, viabilizam o evento. Apenas maiores de 18 anos podem frequentar as instalações.
Para incentivar a presença das mulheres, existe o Ladies Event, além, é claro, da participação das damas de ouros em todos os eventos da série. Segundo Devanir Campos, diretor-geral do BSOP, o contingente feminino segue os padrões internacionais.
Onde acompanhar
Num país onde o pôquer pegou carona nas transmissões da ESPN, tempos atrás, o BSOP não poderia ficar de fora da telinha. O site superpoker.com.br transmite ao vivo todas as etapas da série, que tem programas dedicados a ela no canal Bandsports. Além disso, quem se interessa pelo jogo está sempre bem servido na TV. ESPN e Esporte Interativo dedicam horários da sua programação ao jogo. Vale lembrar que temos três campeões mundiais, Alexandre Gomes, André Akkari e Thiago Decano e que expertises jurídicas e o Ministério dos Esportes já atestaram que o pôquer não é um jogo de azar e sim de habilidade.
Se você ainda não jogou pôquer, não sentiu o gostinho de anunciar “all-in”, movendo todas as suas fichas, tenho certeza que um amigo próximo já o fez. O jogo, como disse, é democrático, inclui homens, mulheres, gordos, magros, deficientes, idosos, gregos, troianos, gente da guerra, gente da paz, e conquista diariamente adeptos mundo afora. Aqui no Brasil estamos muito bem representados por jogadores, dirigentes e, claro, um Campeonato Nacional fantástico.
*Victor Marques, o Vitão, é ex-jogador profissional de poker, narrador, repórter e blogueiro do Superpoker e do Bandsports.