Maya Gabeira pode se tornar a primeira surfista do sexo feminino no livro dos recordes
Divulgação/ TAG Heuer
Maya Gabeira pode se tornar a primeira surfista do sexo feminino no livro dos recordes

Em outubro de 2013, Maya Gabeira sofreu um grave acidente na Praia do Norte, em Nazaré, Portugal, que por pouco, não tirou sua vida. Hoje, quase cinco anos depois, a surfista pode entrar para o Guinness Book, por uma onda dropada no mesmo lugar. Caso a marca seja apontada, ela se tornará a primeira mulher do esporte no livro dos recordes.

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No início do ano, Maya Gabeira voltou ao mar português e pegou uma onda para a esquerda que pode ser a maior já dropada por uma surfista do sexo feminino. Especula-se de que a ondulação tenha chegado a 80 pés, o que equivale a aproximadamente 24 metros de altura. A onda será inscrita no WSL Big Wave Awards, o Oscar das ondas gigantes, e então, após a medição feita pela entidade, será enviada ao Guinness Book.

"Na verdade, agora eu estou vivendo aquele momento de expectativa. São decisões de várias partes, tanto do Guiness, como da entidade da WSL de abrir esta categoria feminina e depois então, de medir a minha onda. Eu tenho uma expectativa, mas não pode ser muito grande para eu também não me frustrar", afirma Maya em entrevista exclusiva ao iG Esporte. "Acho que o mais difícil e o mais importante foram feitos, que era surfar e completá-la, este era o meu foco. Agora a gente corre atrás, mas não depende só de mim."

Nazare 18/01 foto: @baleixophoto

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A onda que pode colocar a atleta brasileira no livro dos recordes foi completada com o auxílio do ex-surfista da elite Eric Rebiere. "A gente estava esperando a algumas horas, estava muito frio este dia. Eu já estava, confesso, um pouco desanimada, preocupada de talvez não encontrar a onda que queria. Então foi um trabalho de paciência e persistência. O piloto faz muito este trabalho de esperar a onda, de posicionar, ter a calma. É realmente um trabalho em dupla”, explica.

Exemplo de superação, Maya mora a alguns meses em Portugal, para treinar justamente nas ondas gigantes da Praia do Norte. Foi no mesmo ano de 2013, que ela deu início ao surfe no local, onde hoje, afirma ser sua onda favorita. "Minha onda preferida, no momento, é Nazaré, com certeza. Minha decisão de ficar focada e continuar investindo lá, independente do acidente, era uma decisão minha perante o esporte. Eu não quis mudar os meus planos. O potencial do lugar é muito grande, então eu apostei ali e deu resultado. E acho que vai dar muito mais, é um lugar ainda novo para todos nós", afirma a surfista.

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Surfe feminino

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Reprodução/ TAG Heuer

A carioca Maya Gabeira é pentacampeã do Billabong XXL Global Big Wave Award

O Guiness Book ainda não conta com uma categoria feminina de 'maior onda já surfada no mundo'. O único recorde mundial computado, atualmente, é do havaiano Garrett McNamara, que em 2011 dropou em Nazaré uma onda de 23,77 metros de altura. No entanto, a marca não distingue categorias de homens ou mulheres. "Eu espero ter essa onda homologada no Guiness, ter uma categoria feminina. Acho super importante para o esporte e para as mulheres dentro do surfe", afirma Maya.

“Ainda tem muito preconceito, mas eu tenho sorte porque eu comecei a focar muito em Nazaré e lá eu me sinto em casa. É um lugar ainda muito novo, então as pessoas chegaram praticamente no mesmo tempo e todo mundo se respeita. Em outros lugares do mundo, com certeza. Principalmente na indústria, existe uma dificuldade maior por ser mulher. Existem dificuldades, mas o esporte cresceu muito, o surfe feminino está crescendo", completa a atleta, que conta com o apoio da marca TAG Heuer.

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Surfe, ondas gigantes e futuro

Aos 30 anos de idade, Maya tem como certeza para o futuro estar sempre conectada ao surfe, esporte que começou aos 14. "Para mim, estar dentro d'água surfando é muito importante. Em algum momento, óbvio, eu vou precisar fazer uma transição de carreira, porque não vou ser atleta de ponta para sempre. Talvez eu não esteja pegando estas ondas gigantescas, mas quem sabe. Pretendo continuar surfando e depois de alguns anos, conseguir um trabalho que me mantenha dentro do esporte", revela.

“Pegar uma onda gigante é uma sensação de muito foco, de estar extremamente presente. Nos dias grandes eu estou ali 100% focada e isso para mim é muito bom, poder esquecer tudo o que acontece fora d'água. Quando o mar está grande, tem a adrenalina, a expectativa, o risco e isso sempre foi algo que me fez ficar muito focada. Eu gosto dessa energia, foco e intensidade", completa Maya Gabeira.


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