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Judoca brasileira foi parada dentro de um táxi enquanto voltava para casa e questiona ação das autoridades: "Esse preconceito vai até onde?"

Rafaela Silva é  ouro nas Olimpíadas Rio 2016, prata nos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 e bronze em Toronto 2015
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Rafaela Silva é ouro nas Olimpíadas Rio 2016, prata nos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 e bronze em Toronto 2015

Campeã olímpica, Rafaela Silva usou as redes sociais para denunciar uma abordagem da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A judoca ia do Aeroporto Internacional Tom Jobim para sua casa, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, quando o táxi no qual se encontrava, foi parado por uma autoridade, na Avenida Brasil. Segundo a atleta, ela foi vítima de racismo por parte de dois policiais.

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Em vídeo gravado no Instagram, Rafaela Silva questionou: "A gente no Rio de Janeiro tem que passar essa vergonha. Preto não pode andar de táxi, porque deve estar assaltando ou roubando?", disse. Em seguida, relatou o ocorrido em seu Twitter.

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Leia na íntegra:

“Chegando hoje no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da Avenida Brasil, um carro da polícia passa ao lado do táxi onde estou, e os policiais não estavam com uma cara muita simpática. Até então, ok. Continuei mexendo no meu celular e sentada no táxi. Daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro", começou a judoca, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

"Quando o taxista encostou, eles o chamaram para um canto. Quando olhei na janela, outro policial armado mandou eu sair de dentro do carro. Levantei e saí. Quando cheguei na calçada, ele olhou para minha cara e falou: 'Trabalha aonde?' Eu respondi... 'Não trabalho, sou atleta!' Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou: 'Você é aquela atleta da Olimpíadas, né?' Eu disse: 'Sim' e ele perguntou: 'Mora aonde?' Eu falei: 'Em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa'".

"Na mesma hora o policial baixou a cabeça, entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente, o taxista falou que o policial perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar. E o taxista respondeu: 'Essa é aquela do judô, peguei no aeroporto' e o policial falou: 'Ah tá! Achei que tinha pego na favela'", contou.

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"Isso tudo no meio da Avenida Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa. Esse preconceito vai até onde?”, completou Rafaela Silva.