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Aaron Hernandez era tight end e jogou no New England Patriots por três temporadas; ele se matou em abril, aos 27 anos, enquanto estava na prisão

A viúva de Aaron Hernandez , ex-jogador de futebol americano, que se suicidou em abril aos 27 anos , irá processar a National Football League (NFL) e o New England Patriots por negligência. Isso porque foram feitos testes no cérebro do ex-tight end que mostraram sinais severos de encefalopatia traumática crônica (ETC ou CTE, em inglês), doença degenerativa cerebral.

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Aaron Hernandez foi companheiro de Tom Brady na NFL entre 2010 e 2012
Divulgação
Aaron Hernandez foi companheiro de Tom Brady na NFL entre 2010 e 2012

Shayanna Jenkins-Hernandez entrou com uma ação na justiça do estado de Massachusetts em nome da filha do casal, Avielle. De acordo com o advogado da família, as duas acusam a NFL e o Patriots por induzirem Hernandez a acreditar que o esporte era seguro. De acordo com Jose Baez, os testes mostraram um dos casos mais severos já diagnosticados de ETC.

“Nos foi dito que era o caso mais grave que já tinham visto para alguém da idade de Aaron”, disse o advogado. A viúva diz ainda que tanto a entidade quanto a franquia estavam cientes que o CTE pode causar tendências suicidas, mas não informaram isso ao ex-jogador. A NFL se pronunciou através de porta-voz e disse: "nós não vimos uma cópia do processo e não podemos comentar neste momento”.

A doença degenerativa pode surgir por conta de inúmeras concussões ou pancadas na cabeça recebidas durante os choques que ocorrem nos jogos de futebol americano. Hernandez estava no estágio três de quatro da doença e tinha ainda atrofia cerebral inicial e grandes perfurações em uma membrana central, informou a doutora Ann McKee, diretoria do CTE Center na Universidade de Boston (BU).

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A Universidade de Boston, inclusive, tem estudado a ETC, porém a doença só pode ser diagnosticada depois da morte da pessoa, com o exame do tecido cerebral. Pessoas com ETC, segundo os médicos, podem sofrer com perda de memória, impedimento da fala, desorientação e depressão. De acordo com a BU, “este era o caso mais severo de danos cerebrais que encontraram em alguém nesta faixa etária”, informou o jornal New York Times.

Aaron se juntou a outros ex-jogadores da NFL que foram diagnosticados com ETC, como Frank Gifford, Junior Seau e Ken Stabler. Em estudo divulgado pela Universidade recentemente, há evidências da doença em 110 de 111 ex-jogadores da liga norte-americana de futebol americano cujos cérebros foram examinados.

Carreira e prisão

Hernandez foi escolhido na quarta rodada do draft da NFL em 2010, devido a problemas pessoais. Foram três temporadas com a camisa do Patriots ao lado de Tom Brady , quando ele fez par com Rob Gronkowski, uma das melhores duplas de tight ends da história. Em sua carreira profissional na liga, ele disputou 38 jogos e fez 175 recepções para 1.956 jardas e 18 touchdowns.

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Em 2013, o ex-jogador da NFL foi dispensado pelo Patriots, por conta de envolvimento no homicídio de Odin Lloyd, também jogador de FA que namorava a irmã de sua noiva. Ele estava detido na cadeira de Lancaster, a cerca de 60 km de Boston e cumpria prisão perpétua depois de ser condenado por três homicídios - pouco antes de se suicidar ele foi inocentado de dois.