Desde que foi confirmado que o Real Madrid enfrentaria o Liverpool na final da  Liga dos Campeões deste sábado, inúmeras histórias surgiram das dificuldades que os torcedores de ambos os clubes enfrentam para chegar à Kiev , na Ucrânia.

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Kiev, na Ucrânia
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Kiev, na Ucrânia

O maior problema é o preço exorbitante que os hotéis estão cobrando pela diária. Com um evento deste porte na cidade, os preços disparam, chegando a custar entre R$ 3.400 e R$ 4.300 por uma noite. Além disso, ma maior parte dos quartos disponíveis em Kiev foram reservados pela UEFA para receber os funcionários e patrocinadores da Liga dos Campeões .

A inflação dos preços aconteceu gradativamente. Vários torcedores optaram por reservar acomodações alternativas, como casas, apartamentos e quartos. No entanto, muitas das reservas foram canceladas pelo locatários em cima da hora e colocadas novamente como disponíveis nos sites por valores até 10 vezes maiores.

Alguns moradores da cidade ficaram indignados com os valores abusivos de acomodação. Assim, ofereceram suas casas de forma gratuita para alguns torcedores, mas foram poucos os felizardos. 

Outro grande problema é chegar em Kiev. Os vôos regulares para Borispol, o aeroporto internacional da cidade, estão totalmente reservados e há algum tempo, já que são poucas as opções de horários e aviões. Dezenas de aeronaves foram afretadas para partir de Liverpool e Madri, mas isso não resolveu o problema. 

Os fãs, é claro, tentam encontrar uma outra alternativa para chegar na Ucrânia. Alguns estão viajanto até Minsk, na Bielorrússia, e depois indo por terra. Outros estão se arriscando ao ir até Donetsk, território ainda afligido por combates entre o exército e membros de movimentos separatistas.

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Assim como em Cardiff no ano passado, Kiev não precisou passar por um processo de licitação para se tornar sede da final da Liga dos Campeões quando foi selecionado há dois anos. No entanto, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, fez mudanças no regulamento da competição em 2017. A partir da data, as escolhas das cidades seria feita através de uma votação e não mais como uma escolha simples. Até 2016, muitas vezes, o vencedor foi escolhido por conveniência ou por opção política.

No entanto, Milão em 2016, Berlim em 2015, Lisboa em 2014 e Londres em 2013 era todas cidadesbem equipados para sediar o evento, mas Cardiff e Kiev, são muito pequenas comparados as outras megalópoles globais. No ano passado, por exemplo, muitos fãs tiveram que se acomodar em Bristol, uma hora de distância do País de Gales, e pegar trens especiais para assistir ao jogo decisivo.

Ceferin está ansioso para garantir que isso não aconteça novamente. O Madrid, que derrotou Baku, no Azerbaijão, na final de 2019, teve que apresentar um dossiê completo, incluindo detalhes de sua infraestrutura hoteleira. Istambul, que ganhou a disputa contra Lisboa pela final de 2020, foi obrigadaa a fazer o mesmo.

"Agora você tem que apresentar um dossiê e bem completo. Kiev é bonito, mas você não pode nem conseguir um quarto debaixo das escadas por centenas de euros. Eu proponho, no futuro, que a infraestrutura do hotel seja fundamental para a decisão, e que os locais onde os torcedores tenham que dormir em uma garagem não sejam escolhidos”, disse Ceferin.

No entanto, isso limita a decisão das escolhas das cidades sedes. A organização está ciente de que apenas uma dúzia de cidades na Europa têm um estádio do tamanho necessário e a capacidade logística necessária para sediar a final sem problemas. A UEFA, no entanto, não quer simplesmente fazer um rodízio entre os mesmos lugares a cada poucos anos, reforçando ainda mais a impressão de que a Liga dos Campeões é uma competição disponível apenas para uma pquena seleção de países.

Ideia de Nova York

Nova York, Estados Unidos
Divulgação/iStock
Nova York, Estados Unidos

Para aliviar essa pressão, a UEFA discutiu em particular a ideia de afastar ocasionalmente a final da Europa: para Nova Iorque, para Miami ou Doha. A organização chegou a debater a possibilidade de mudar o local da final da Supercopa europeia 2020, mas recuou após objeções dos países membros menores da organização, que vêem o jogo como sua única chance de sediar uma das maiores partidas de futebol do ano.

Os dois grandes obstáculos da final da Liga dos Campeões para as Américas ou para a Ásia seriam, naturalmente, a diferença de fuso horário e os custos para os torcedores que viajam.

Esses pontos em si foram importantes o suficiente para ver a conversa em segundo plano, mas o que aconteceu em Kiev neste mês pode favorecer o retorno da pauta. Se os torcedores vão ter que gastar milhares de dólares apoiando sua equipe de qualquer maneira, uma viagem para outro continente seria viável?

Segundo o New York Times , os governantes da cidade americana ficaram animados com a possibilidade de recebergrandes jogos oficiais de competições europeia e até tentaram se candidatar para sediar a Supercopa da UEFA.

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Em Nova York, as duas opções principais para realizar uma possível final de Liga dos Campeões seriam a Red Bull Arena, estádio do New York Red Bulls, que tem todo o luxo necessário, mas tem capacidade de apenas 25 mil torcedores e o tradicional Yankee Stadium, de baseball, que comporta quase 50 mil pessoas quando é adaptado para partidas de futebol. No entanto, a melhor opção é adaptar o MetLife Stadium, estádio de futebol americano que recebe jogos de duas equipes da cidade e tem capacidade para mais de 82 mil pessoas.

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