Clube catalão investe na formação de jogadores na periferia de Buenos Aires
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Cercada por muros, a escola do Barça remete a uma paisagem européia, com jardim de grama bem cortada e arbustos aparados, além de prédios de dois andares com telhado. A imagem contrasta com o que se vê do lado de fora. O centro de treinamento é cercado por conjuntos habitacionais e residências humildes. Umas das ruas ao lado da escola ainda não foi asfaltada. Uma realidade comum em La Cadela, uma das regiões mais pobres de San Justo, na periferia de Buenos Aires.
O terreno da escola do Barcelona chegou a pertencer ao
Boca Juniors
. Lá havia um centro de treinamento do clube. Reza a lenda que Diego Armando Maradona dormiu no local, quando ainda era usado como concentração do Boca. O time de Buenos Aires teve que se desfazer do terreno no final da década de 90, durante a crise econômica da Argentina. Foi então que o ex-jogador Jorge Raffo, com passagem pelo próprio Boca, criou ali o Cefar (Centro de Treinamento para Futebolistas de Alto Rendimento), onde formava jogadores para vender aos clubes argentinos.
Na última quarta-feira, a reportagem do iG
acompanhou um jogo-treino de uma das equipes do projeto. Jogadores de até 18 anos enfrentaram os juniores do Deportivo Liniers, da terceira divisão argentina.
“Ali não tem nada bom, não”, disse um dos garotos do Liniers após a partida, apontando para o prédio da escola. “Só eu fiz dois gols”, contou o atacante, apelidado de “El Negro”. O Barcelona argentino perdeu por 3 a 0. Realmente, não é todo dia que se encontra um Messi.