Destroços do avião da Chapecoense. Clubes brasileiros não têm estratégia de análise de risco
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Destroços do avião da Chapecoense. Clubes brasileiros não têm estratégia de análise de risco

No final do ano passado, o Brasil e o mundo ficaram chocados com o acidente aéreo na cidade de Medellín, na Colômbia, que matou 71 pessoas, incluindo jogadores, comissão técnica e diretoria da Chapecoense, além de jornalistas e membros da tripulação - apenas seis pessoas sobreviveram. Muitos clubes ajudaram o time catarinense, emprestando alguns jogadores para disputa da temporada 2017.

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Analisando a fatalidade, a falta de uma cultura de planejamento, que envolva quesitos como, por exemplo, a análise de risco, é uma constante dentro dos clubes de futebol e agremiações esportivas brasileiras.

"Como sempre acontece no Brasil, providências apenas são tomadas depois da fatalidade. No caso da Chapecoense, pelo que parece, não há um departamento responsável pela análise de risco. Essa estratégia evita muitas dores de cabeça", afirmou o professor Ricardo Gennari, especialista em segurança, inteligência e estratégia, com especializações nos Estados Unidos, Israel e Inglaterra.

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No entanto, uma área responsável pela análise de risco não falta só nos clubes, isso ocorre até com seleções nacionais como a da Argentina, que também fretou o mesmo avião que se acidentou no último mês de novembro antes da fatalidade com a Chapecoense.

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"Será que não têm nem curiosidade de levantar informações mais detalhadas sobre a companhia aérea que presta o serviço? Quem são os donos, se tiveram problemas na justiça", questionou o especialista.

Nos EUA é diferente

Segundo Gennari, qualquer empresa, clube ou empreendimento precisa estar segurado contra sinistros e contar com um departamento ou serviço que possa levantar informações prévias com o mote de evitar danos. De acordo com informações do professor, nos Estados Unidos, todos os grandes clubes contam com planejamentos com análise de risco.

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"Ainda não nos preocupamos com um planejamento preventivo. Outros acidentes ocorrerão sem que as empresas e os clubes tomem uma medida prévia. Não que isso evite acidentes, mas quando se tem uma análise de risco, os clubes ou associações conseguem mitigar riscos, preservar seus patrimônios, aumentar a segurança e reduzir os custos com sinistros", finalizou Ricardo Gennari.

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