Promotor Michael Garcia já está analisando documentação do caso ISL, que envolve os brasileiros Ricardo Teixeira e João Havelange
O promotor Michael Garcia, da nova Comissão de ética da Fifa (Federação Internacional de Futebol e Associados) prometeu nesta sexta-feira que todas as acusações de corrupção no mundo do futebol serão investigadas, e que qualquer dirigente ou torcedor pode sugerir casos para a entidade máxima do futebol apurar. "Se há conduta no passado que justifique uma investigação, vou fazê-la", disse. "Não existem limitações sobre o que vamos olhar".
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A afirmação foi feita na primeira visita formal de Garcia à sede da Fifa em Zurique (Suíça), após o norte-americano ser nomeado para a nova Comissão de ética, criada para tentar restaurar a imagem da entidade, atingida nos últimos anos por escândalos envolvendo subornos e compra de votos.
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Os últimos dias mostraram que Michael Garcia deve ter muito trabalho, já que conselheiros anticorrupção querem que ele investigue o processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, e os políticos europeus desejam que ele examine a eleição de Joseph Blatter para mais um mandato presidencial no ano passado.
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Ele pediu para que qualquer "reclamação crível de corrupção" seja feita e sugeriu a criação de um sistema para que sejam feitas denúncias de forma secreta. "Eu não vejo nenhuma limitação em denúncias, ou de onde vão vir as reclamações", disse. "Eu penso que é minha obrigação e responsabilidade fazer isto".
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Na quinta-feira, Garcia abriu seu primeiro caso ao suspender por 90 dias o catariano Mohammed Bin Hammam em razão de acusações de corrupção sobre a campanha para a eleição presidencial da Fifa, no ano passado, e do período em que comandou a Confederação Asiática de Futebol. Ele também recebeu documentação de Blatter sobre o escândalo em que a extinta empresa de marketing ISL pagou propina a Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e João Havelange, presidente de honra da Fifa .
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Garcia estava acompanhado, nesta sexta-feira, pelo juiz alemão Joackim Eckert, que será o responsável por liderar os julgamentos da nova comissão de ética da Fifa. Ele prometeu que não receberá nenhuma influência. "Nós não vamos aceitar qualquer influência sendo exercida sobre nós", disse.