Ayrton Senna morreu em 1994, depois de uma forte batida com a Williams que pilotava no Grande Prêmio de San Marino de Fórmula 1 . O acidente aconteceu por causa de uma falha no carro e, apesar de as investigações terem absolvido Patrick Head, diretor técnico da Williams à época, e Adrian Newey, responsável por desenhar o carro de Senna, o projetista ainda se sente responsável pela tragédia com o piloto brasileiro. 

Leia também: Senna e Schumacher já protagonizaram batidas propositais na Fórmula 1; relembre

Ayrton Senna momentos antes da largada do Grande Prêmio de San Marino
Arquivo
Ayrton Senna momentos antes da largada do Grande Prêmio de San Marino


O sentimento depois da morte de Ayrton Senna está descrito no livro "Como Construir um Carro", autobiografia de Adrian Newey, que hoje trabalha na Red Bull Racing. Segundo o portal "F1i", na obra Newey dá detalhes do acidente e diz que "sempre se sentirá responsável pela morte de Senna, mas não culpado". 

O projetista tinha 36 anos na época do acidente. "Eu era um dos executivos sêniors em um time que desenhou um carro no qual um grande homem foi morto", escreve Newey no livro. 

Depois do acidente, foi analisado se a coluna de direção tinha problemas no carro do piloto brasileiro. Entretanto, não é isso o que incomoda o engenheiro até hoje. "Não importa se essa coluna de direção causou o acidente ou não, é impossível esquecer que o eixo era uma peça má desenhada, que nunca deveria ser permitida em um carro". 

Ele lembra também que havia notado o baixo rendimento da Williams de Senna nas duas primeiras corridas da temporada e como o brasileiro tentava levar o carro ao limite para ganhar a briga na pista com Michael Shumacher, rival da época. Mas por mais que Senna tentasse, provavelmente não iria ter sucesso. 

Leia também: Sobrinho de Ayrton, Bruno Senna relembra diversão com o tio na infância

"O que eu mais me sinto culpado é com o fato de que eu falhei com a aerodinâmica do carro. Fiz besteira na transição entre a suspensão ativa e o retorno à suspensão passiva e desenhei um carro que tinha uma aerodinâmica instável", afirma em outro trecho da autobiografia. "Senna tentava fazer coisas que o carro não era capaz de responder", completa Newey. 

Fantasmas do passado

Não é a primeira vez que o engenheiro fala da marca que a morte de Senna deixou em sua vida. Em 2013, por exemplo, em uma entrevista à BBC, ele comentou que o acidente ainda era um fantasma. "O que aconteceu aquele dia, o que causou o acidente, ainda me assombra até hoje", falou na época. 

Leia também: Vídeo mostra "lado B" do dia da morte de Ayrton Senna; assista

"Acho que uma das coisas que me assustou na época foi que o Senna chegou a Williams porque nós tínhamos sido capazes de construir bons carros nos três anos anteriores e ele queria fazer parte do time que acreditava ter o melhor carro", lembrou Newey na entrevista. 

A BBC ele também havia comentado sobre a possível falha na coluna e já falava que Ayrton Senna fazia coisas impensáveis na pista. "Era um talento nato". 

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!